Regulamentação das redes sociais no Brasil: avanços, desafios e impacto na sociedade
Nova legislação delineia responsabilidades das plataformas e busca equilíbrio entre liberdade de expressão e proteção do cidadão
Por: Redação


Em junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a parte do Marco Civil da Internet que limitava a responsabilidade das plataformas sociais apenas após ordem judicial. Agora, elas devem agir proativamente diante de conteúdos graves — como discursos de ódio, terrorismo ou pornografia infantil — mesmo sem decisão judicativa prévia.
Além disso, plataformas deverão responder por anúncios e conteúdos patrocinados sem necessidade de notificação: se o conteúdo for ilícito, a remoção é obrigatória Folha de S.Paulo. Também foi exigida a presença de representação legal no Brasil por parte das plataformas, para facilitar a responsabilização.
Projetos de lei em tramitação
1. PL 2.628/2022 – Proteção de crianças e adolescentes nas redes
Conhecido como “ECA Digital”, esse projeto estabelece obrigações para mitigar riscos aos menores. Prevê controles parentais, verificação de idade robusta, restrições à coleta de dados, proibição de expor crianças a jogos de azar e publicidade inapropriada.
2. PL do Governo Federal – Crimes contra a honra e proteção de menores
Apresentado em agosto de 2025, o projeto reforça que ofensas só devem ser removidas mediante decisão judicial — um ajuste em consonância com a recente posição do STF. Também propõe proteção para menores, proibindo menores de 12 anos de terem perfis ativos, e atribui à ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) o papel de fiscalizadora, com previsão de sanções previstas à depender do não cumprimento.
3. PL das Fake News (PL 2.630/2020)
Ainda pendente de votação na Câmara, esse projeto busca maior transparência e responsabilização das plataformas. Inclui medidas como notificações claras sobre remoções, exigência de sinalização de contas automatizadas ou impulsionadas, e criação de um Conselho de Transparência.
Apoio público e resistência
Pesquisa realizada pela Nexus mostra que 60% dos brasileiros apoiam a regulamentação das redes sociais, especialmente para combater desinformação e discurso de ódio. No entanto, o apoio à regulação diminui para 30% quando considerada a eventual limitação à liberdade de expressão.
Plataformas argumentam que essas propostas podem transformá-las em “polícias da internet”, com responsabilidades judiciais ilegítimas atribuídas ao setor privado.
Impactos esperados para a sociedade
BENEFÍCIOS
Maior segurança jurídica: a responsabilização objetiva das plataformas aumenta a proteção do usuário e a rapidez na remoção de conteúdos nocivos.
Proteção de vulneráveis: atenção especial ao público infantil e adolescente, com controle de exposição e dados.
Transparência e prestação de contas: exigências de relatórios periódicos e notificações claras contribuem para maior controle social.
RISCOS
Risco de censura ou moderação excessiva: diante da insegurança jurídica, plataformas podem remover conteúdo legítimo por excesso de cautela.
Definições subjetivas: o que é “conteúdo impróprio” ou “fake” pode gerar interpretações enviesadas.
Incremento de litígios: regra rigorosa sem direcionamento claro pode gerar montanha de ações judiciais sobre conteúdo moderado.
Considerações finais para a sociedade e empresas
O Brasil está em um momento decisivo em termos de regulação digital: a combinação do julgamento do STF com o avanço dos projetos de lei configura um cenário promissor, porém desafiador.
A regulamentação pode trazer maior proteção aos usuários, especialmente ao público infantojuvenil, e maior responsabilização das empresas, mas requer definição clara de termos e garantias efetivas à liberdade de expressão.
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