Cota de gênero nas eleições: consequências da não observância
A cota de gênero é uma ferramenta essencial de representatividade e equidade política. Saiba por que o seu descumprimento pode anular candidaturas, cassar mandatos e gerar inelegibilidade para partidos e candidatos.
Dr. Juliano Cavalcanti


A Lei nº 9.504/1997 estabelece que cada partido ou coligação deve preencher no mínimo 30% e no máximo 70% de candidaturas por gênero, regra aplicável a todos os pleitos proporcionais.
O objetivo é combater a histórica sub-representação feminina na política e garantir oportunidades reais de participação.
A Justiça Eleitoral tem reafirmado que essa cota não é mera formalidade administrativa, mas requisito essencial para a validade dos registros de candidatura e, portanto, para a legitimidade do pleito.
O que acontece quando a cota é descumprida
O Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários (DRAP) pode ser indeferido caso o partido não cumpra o percentual mínimo exigido, resultando na invalidação de todas as candidaturas vinculadas àquela agremiação.
Mesmo após o deferimento, comprovações de fraude à cota de gênero — como o registro de candidaturas fictícias (as chamadas “candidaturas laranja”) — podem levar à cassação de mandatos, anulação dos votos obtidos e inelegibilidade dos responsáveis por oito anos.
Candidaturas fictícias e responsabilização
A fraude ocorre quando mulheres são registradas apenas para cumprir a exigência numérica, sem qualquer envolvimento real na campanha, sem arrecadação de recursos, material gráfico ou presença eleitoral.
Nesses casos, a Justiça Eleitoral entende que há violação à isonomia, à moralidade e à autenticidade das eleições, aplicando as penalidades mais severas.
Conclusão e orientação
Mais do que um dever legal, a observância da cota de gênero é compromisso ético e democrático.
O seu cumprimento fortalece as instituições e promove a renovação política de forma plural e legítima.
A equipe da CAVALCANTI Advogados Associados atua na consultoria e auditoria eleitoral preventiva, auxiliando partidos e coligações a cumprir todas as exigências legais e evitar riscos de nulidade de candidaturas ou de mandatos.
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