Corretores de Imóveis: Segurança Jurídica e Responsabilidades na Intermediação de Negócios
O papel jurídico do corretor na compra e venda de imóveis, os limites da atuação profissional e os riscos legais em caso de falhas ou omissões.
Por: Redação


O corretor de imóveis é figura central nas transações imobiliárias, atuando como intermediador entre comprador e vendedor, facilitando a negociação e garantindo que ambas as partes estejam cientes das condições do negócio.
No entanto, o exercício dessa função envolve responsabilidades jurídicas específicas, especialmente quando se trata da veracidade das informações prestadas, regularidade do imóvel e segurança da transação.
Abaixo, a equipe da CAVALCANTI Advogados Associados esclarece os aspectos legais da atuação dos corretores e os riscos que podem recair sobre esses profissionais, em especial quando há falhas, omissões ou prejuízos gerados a terceiros.
O que diz a legislação?
A atividade do corretor de imóveis é regulamentada pela Lei nº 6.530/78 e pelo Código de Ética Profissional do CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). A profissão exige registro no Conselho Regional da jurisdição onde atua e obediência a normas de conduta que incluem:
Dever de lealdade, diligência e honestidade;
Apresentação de informações verdadeiras sobre o imóvel;
Atuação sempre no interesse das partes envolvidas e de forma imparcial;
Responsabilidade pela verificação prévia da regularidade jurídica do imóvel.
Além disso, o corretor também pode ser responsabilizado com base no Código Civil Brasileiro, em especial nos artigos que tratam da responsabilidade civil por danos causados por ação ou omissão culposa (arts. 186 e 927).
Responsabilidade civil do corretor de imóveis
Embora o corretor não seja parte contratante no negócio, ele responde por prejuízos causados por sua atuação negligente ou dolosa. Isso inclui, por exemplo:
Indicar imóvel com pendências judiciais ou dívidas ocultas sem alertar as partes;
Prometer condições comerciais inexistentes (como valor, prazo ou financiamento);
Deixar de averiguar a situação da matrícula do imóvel, zoneamento ou existência de restrições legais;
Agir em benefício exclusivo de uma das partes, gerando conflito de interesses;
Falsificar ou omitir documentos, facilitando fraudes ou lavagens de dinheiro.
Nesses casos, o corretor poderá ser condenado a indenizar os danos materiais e morais sofridos pelo comprador ou vendedor. Além disso, pode sofrer sanções administrativas do CRECI e até responder criminalmente, dependendo do grau da infração.
Deveres fundamentais do corretor
Para garantir a segurança jurídica das partes envolvidas e proteger sua própria atuação profissional, o corretor deve:
Verificar a documentação do imóvel: matrícula atualizada, ausência de ônus, averbações, dívidas fiscais e condominiais.
Checar a situação do vendedor: estado civil, capacidade para vender, existência de litígios envolvendo o bem.
Formalizar propostas e contratos com clareza: preferencialmente com a assessoria de um advogado.
Evitar promessas verbais: tudo deve ser registrado por escrito e com a ciência das partes.
Manter registro de comunicações: e-mails, mensagens e documentos que comprovem a transparência da mediação.
Agir com imparcialidade e ética profissional: principalmente quando representa ambas as partes.
Situações de risco mais comuns
Compra de imóvel com ocupação irregular (sem aviso ao comprador);
Venda de imóveis ainda em inventário ou com partilha pendente;
Intermediação sem registro profissional ou com número de CRECI vencido/inválido;
Omissão de informações sobre vícios ocultos ou problemas estruturais graves.
Nesses cenários, além de prejudicar o negócio, o corretor pode ser judicialmente responsabilizado por vício na prestação de serviço, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, especialmente se o comprador for pessoa física e houver relação de consumo configurada.
A importância da assessoria jurídica
Embora o corretor exerça papel essencial, é fundamental que compradores e vendedores tenham assessoria jurídica própria em transações de maior complexidade. Advogados especializados conseguem:
Avaliar a segurança documental do imóvel;
Analisar cláusulas contratuais de forma técnica;
Prevenir litígios e responsabilidades futuras;
Apoiar o corretor na condução legal do processo.
A colaboração entre corretores profissionais e escritórios jurídicos resulta em negócios mais seguros, transparência para todas as partes e proteção contra litígios desnecessários.
Conclusão
O corretor de imóveis tem um papel de extrema relevância no mercado imobiliário, mas também carrega responsabilidades jurídicas que não podem ser negligenciadas. Para evitar complicações legais, é essencial que o profissional atue com ética, transparência e esteja devidamente respaldado por documentação e assessoria adequada.
Na CAVALCANTI Advogados Associados, prestamos apoio jurídico completo para corretores, incorporadoras, compradores e vendedores, promovendo segurança nas transações e reduzindo os riscos de responsabilização civil e criminal.
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